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Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB)

 Qual a diferença da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), das demais denominações protestantes e evangélicas? Primeiro devemos responder a seguinte pergunta: De onde veio a IPB? O presbiterianismo nasceu na Reforma Protestante no século XVI. Um cristão de nome John Knox, que entrou em contato com Reformadores Cristãos, dedicou-se em pregar a Reforma Protestante no país da Escócia, onde se iniciou o que denominaram de Igrejas Presbiterianas, por causa do governo composto por presbíteros eleitos pela igreja, para serem representantes nos concílios maiores e governo local. De Genebra para Escócia e para todo o mundo. A Igreja Presbiteriana iniciou suas atividades missionárias em solo brasileiro no ano de 1859 com a vinda do missionário americano Ashbel Green Simonton. Hoje, o presbiterianismo está em quase todo território nacional. A teologia presbiteriana é mais conhecida como Teologia Reformada. Como toda Igreja Verdadeira, cremos na Bíblia como Palavra de Deus, inspirada, inerrante e suficiente, bem como na Trindade e na Salvação pela graça por meio da fé em Cristo. Porém, temos algumas diferenças com outras denominações:

1) A IPB adota como exposição doutrinária a Confissão de Fé de Westminster (e os Catecismos baseados em tal Confissão). Esse é um produto teológico do século XVII. Não são inspirados. Mas acreditamos que nesse documento existe uma fiel exposição da Doutrina Cristã.
2) A IPB tem uma Constituição que rege todas as disposições internas da Igreja. Nessa Constituição também temos o Código de Disciplina, por meio dos quais os membros da igreja local são corrigidos e admoestados.
3) A IPB é governada por Concílios: 1. Conselho, 2. Presbitério, 4. Sínodo e 5. Supremo Concílio. Todos formados por Pastores ordenados e Presbíteros. Além do presbíteros, regentes e docentes (Ministros/Pastores), a IPB tem como oficiais os Diáconos que servem nas causas de necessidades.
4) O sustento local e de toda IPB são advindos de ofertas e dízimos que todo membro tem o privilégio de entregar na igreja local. Não se coage, nem se ameaçam as pessoas. Elas são incentivadas a sustentarem a obra do Senhor Jesus (1 Co 9.10-14).
5) O Pastor local não é autoridade única sobre a igreja. Ele faz parte do Conselho local, que são delegados para tomarem decisões para a glória de Deus e benefício da igreja. Um presbítero e um pastor têm mesma autoridade dentro do Concílio (At15.2).
6) A igreja elege por votos os que serão Presbíteros e Diáconos. Os presbíteros que convidam os Pastores formados em Seminários para ministrarem na igreja o ensino, o batismo e a santa ceia (At 14.23). Enquanto uma Congregação local não possuir condições de eleger e manter homens para a liderança, nem estrutura para tal, não é uma ''igreja organizada''.
7) A IPB não é uma igreja pentecostal. Sabemos e cremos que Deus realiza milagres conforme Sua santa vontade. Mas entendemos que os dons revelacionais tiveram objetivos temporários. Também cremos que todo cristão salvo, regenerado, é batizado com o Espírito Santo sem haver necessidade de falar em línguas (2 Tm 3.16,17; 1 Co 12.13).
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A IPB adota como modo correto de administrar o batismo um simples derramamento de água sobre a cabeça da pessoa (observe como a palavra batismo é usada em Atos 11.15,16). Mas a IPB não rejeita o batismo realizado de outra forma. Quer sejam em rios ou piscinas.
9) A IPB entende que o batismo substituiu a circuncisão e por isso administra o batismo nos filhos dos crentes (Rm 4.11; Cl 2,11,12; 1 Co 7.14; At 2.39; 16.14,15).
10) A IPB prega que Deus é Soberano e predestinou os que serão salvos em Cristo antes da fundação do mundo (Rm 9.14-29; Jo 6.44; Ef 1).
11) A IPB não crê que o arrebatamento da igreja será secreto, nem que a grande tribulação ocorrerá depois da volta de Cristo. Cremos que o Senhor voltará e dará inicio ao Dia do Juízo, ocorrendo o fim de todas as coisas e o inicio dos Novos Céus e da Nova Terra (Mt 24.29-31; 25.31-46; Ap 21).
12) A IPB não crê na teologia da prosperidade. Não cremos que Deus enriquecerá seus servos, nem que Deus tenha obrigação em fazer algo por nós, embora sempre o faça. Ensinamos que o Evangelho que o Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou é negar a si mesmo a cada dia e segui-lo (Lc 9.23).
13) Para a IPB só existem dois símbolos visíveis da graça de Deus: A Santa Ceia e o Batismo com água em nome da Trindade. Assim, um presbiteriano jamais unge objetos, nem ora por água, etc. Nem usamos objetos como meios místicos (Hb 9.6-14).
14) A vida presbiteriana deve ser marcada pela oração, santidade, leitura da Palavra de Deus, união, evangelização e influência na sociedade (Cl 3-4.6).
15) Os que usufruem da união conjugal devem legalizá-la diante do Magistrado Civil. E só existe casamento bíblico entre um homem e uma mulher. Relação sexual fora do casamento é pecado.
16) A IPB possui em sua estrutura Sociedades Internas que devem ser organizadas: UPH [União Presbiteriana de Homens], SAF [Sociedade Auxiliadora Feminina], UMP [União da Mocidade Presbiteriana], UPA [ União Presbiteriana de Adolescentes] e UCP [União das Crianças Presbiterianas]. A IPB também preza e mantém a Escola Bíblica Dominical como mecanismo de ensino. Existem também os Obreiros-Evangelistas que desempenham trabalhos em Campos Missionários, Congregações e Igrejas, sob a supervisão de Conselhos e Presbitérios, os tais não são ministros.
Para um estudo mais detalhado das doutrinas presbiterianas recomendamos o livro "Catecismo Maior de Westminster", ou o "Manual de Doutrina Cristã", de Louis Berkhof, e para informações históricas o livro "O que todo presbiteriano inteligente precisa saber". Nestes livros existem mais informações úteis para seu desenvolvimento como presbiteriano.
Se você não aceita os pontos colocados (ou alguns), incentivamos a continuar cultuando a Deus junto conosco, e prosseguir seus estudos, pedindo a Deus iluminação. Não impomos nossas crenças. Cremos na liberdade individual e aceitamos entre nós pessoas com opiniões diferentes, mas que se sentem atraídas ao nosso modo cristão de ser e estão dispostas a viverem em unidade (1 Co 8.2,3; Rm 14). Nunca ensinaremos que os detalhes de nossa fé são requisitos para a salvação. Convidamos a todos a comungarem a fé cristã conosco.
Portanto, conforme define a Constituição da IPB:
"A Igreja Presbiteriana do Brasil (I.P.B.) é uma federação de igrejas locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamentos; e como sistema expositivo de doutrina e prática a Confissão de Fé de Westminster e os Catecismos Maior e Breve. Exerce o seu governo por meio de concílios e indivíduos, regularmente instalados. A I. P.B. tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e verdade, pregar o Evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo." Constituição, art. 1° e 2°.

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